«A leitura é uma fonte inesgotável de prazer,
mas por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede.»
Carlos Drummond de Andrade
Quando eram crianças adoravam ouvir e ler histórias, mas na adolescência os jovens costumam distanciar-se do mundo da leitura. Os livros são substituídos pelos smartphones e pelas redes sociais. O avanço da tecnologia veio contribuir para que o número de leitores tenha vindo a diminuir. A internet poderia ser um bom aliado para a aquisição de hábitos de leitura, onde existe uma infinidade de plataformas, ferramentas e materiais de grande valor. O único senão é que os jovens a usam para aceder aos chats, videojogos, redes sociais, etc. Esta tendência tem vindo a ser cada vez maior e as estatísticas são preocupantes.
Neste aspeto, pais e escolas têm um papel fundamental. O hábito de ler deve vir, em primeiro lugar, de casa. Os pais são os primeiros a ter de dar o exemplo. Quando estes têm o hábito de ler, mais facilmente estimulam os seus filhos, que rapidamente seguem esse exemplo e mais tarde poderão passar esse gosto às gerações seguintes. As escolas também têm um papel imprescindível na formação de novos leitores, o que pode ser trabalhado através da conceção de diversos projetos, atividades, exercícios que fomentem a leitura como algo prazeroso e não obrigatório. E aqui é que está o cerne da questão, pois os jovens veem a leitura como algo que lhes é imposto, por isso se afastam dela, o que explica o facto de os alunos gostarem cada vez menos de ler.
Tendo em conta os inúmeros benefícios que a leitura traz - ver o texto com os benefícios da leitura, deixo algumas ideias que podem ser implementadas junto dos adolescentes para estimular o seu gosto pela leitura:
1 - Dar o exemplo
Do meu ponto de vista, este é o ponto mais importante. Numa casa onde não há o hábito de ler, dificilmente haverá jovens leitores. Pode acontecer, mas serão situações muito raras. Desde a infância que os pais são modelos a seguir, portanto quanto mais cedo começar este estímulo, tanto melhor. Podemos perfeitamente ler os mesmos livros que eles, saindo um pouco da nossa zona de conforto, conversar acerca dos mesmos, incentivá-los a entrar em clubes do livro ou a fazer o cartão de leitor da biblioteca da vossa cidade.
O mesmo se aplica aos educadores. Se os mesmos forem vistos a ler, com um livro, isso vai suscitar a curiosidade e o interesse nos seus alunos.
2 - Não obrigar
Este é um aspeto muito importante a considerar. Da mesma forma que gostamos de ler por prazer, também devemos aceitar que os adolescentes desenvolvam os seus gostos e interesses em relação aos livros. Quem sabe também nós não possamos aprender coisas novas com essas leituras? Assim, deixem-nos escolher livremente aquilo que querem ler. Quando muito poderemos recomendar livros que também nós lemos na adolescência, ainda que uma obra que tenha tido êxito na nossa altura, possa já não fazer sentido para os adolescentes, que vivem dias diferentes dos nossos. Também podemos sugerir outros que conheçamos e achamos interessantes para eles, mas nunca no sentido de obrigar. Para tal, é importante estarmos informados acerca das novidades no mundo literário e utilizar estes momentos de leitura como laços de conexão e afeto.
3 - Ler não pode estar associado a um castigo
Extremamente ligado ao ponto anterior, não podemos usar a leitura como um castigo, sob pena de ter o efeito contrário e o adolescente passar a associar o ato de ler a algo desagradável.
4 - Outros formatos
A leitura não passa obrigatoriamente pelos livros literários. Este gosto pode ser trabalhado através de outros formatos. Hoje em dia existe uma infinidade de e-books a preços bastante acessíveis, o que pode ser uma excelente alternativa para os adolescentes, que gostam de usar os seus tablets, smartphones, etc. Mas também através de outras fontes, como os livros de banda desenhada, revistas, audiolivros, mangas, etc.
5 - Trabalhar a curiosidade
Devemos oferecer um grande leque de géneros, formatos e autores aos adolescentes. Dessa forma estamos a estimular a sua curiosidade e a apresentar uma vasta listagem de opções.
É preciso mudar e incluir novas obras no catálogo literário das escolas, uma vez que temos visto que aquelas que têm ido estudadas, não têm sido capazes de despertar ou estimular o gosto pela leitura nos jovens. Muito pelo contrário. Com isto não quero dizer que o ideal seja abandonar os autores nacionais, mas introduzir um novo leque deles, que possam aliciar os jovens e trazer temas mais atuais e de maior interesse para eles.
6 - Acesso aos livros
Para que os adolescentes leiam, têm de ter acesso aos livros. Para tal, deve haver em casa uma estante com livros. Também os podemos inscrever num clube do livro, que tanto pode ser presencial ou online, podem ir até à biblioteca da escola ou à biblioteca municipal, requisitar livros, podem adquirir e-books cujos valores são bastante acessíveis (vejam as sugestões de apps que vos deixo no final deste artigo).
- Criar o clube da leitura
Este clube tanto pode ser em casa como na escola ou até num espaço na cidade, por ex. um clube de leitura constituído só por jovens dessa zona. Se for em casa podem ler os livros que têm em casa e no final cada um fala acerca dele. Se for na escola, o adolescente pode requisitar o livro na biblioteca ou ler um que tenha em casa e depois fazer um resumo da obra na sala de aula.
Se este clube for online ou físico, os jovens podem ler os livros, discutir e depois proceder à troca das obras entre eles.
- Sair da sala de aula
O professor pode reservar um determinado tempo da sua aula para pedir aos alunos para lerem. Para tal, podem perfeitamente sair do espaço habitual e explorar outros cenários para que essa leitura seja ainda mais proveitosa.
O mesmo pode ser feito em contexto familiar: na praia, num jardim, num piquenique, o que não faltam são opções para aproveitar o tempo a ler em família.
- Outros formatos
Os alunos podem ser desafiados a transformar noutros formatos uma determinada obra que estejam a ler, por ex. numa peça de teatro, num vídeo, numa curta-metragem, numa entrevista, num jornal, num livro de banda desenhada, etc.
- Projetos literários
Convidador contadores de histórias;
Organização de feiras do livro (que até podem ser organizadas pelos próprios alunos);
Convidar escritores para irem às escolas ou clubes de leitura da cidade a que pertencem;
Fazer vídeo chamadas com escritores conhecidos.
- Visitas
Visitar museus, exposições, cidades, países que estejam relacionados com o livro que leram.
- Conversas
A leitura de um livro pode suscitar conversas muito interessantes. Podem sair para um jardim, para o recreio e conversar acerca de uma determinada personagem, descrevê-la, dar-lhe outro nome, falar acerca dela, dar-lhe outro fim, outra profissão, dar outro final à história, fazer um desenho de um dos cenários descritos ou de uma personagem, etc.
- Cinema
Podem ir ao cinema ver o filme acerca do livro que leram
- Palavras difíceis
Os alunos colocam em cartões as palavras que encontraram no livro cujo significado desconhecem. Depois colocam esses cartões em caixas e posteriormente cada um dos alunos retiram um à sorte. Têm que procurar na internet ou em dicionários o seu significado, escrevem-no nesse mesmo cartão e voltam a colocá-lo na respetiva caixa. Depois disso tiram os cartões das caixas e leem em voz alta aquilo que lhes calhou.
- Redes sociais
Os adolescentes adoram redes sociais, por isso a sua utilização pode ser extremamente proveitosa para a realização de alguma atividade. Porque não os desafiar para que publiquem um post relacionado com o livro? Que façam um pequeno vídeo, uma imagem, etc.
- Ilustrações
Se o livro não tiver ilustrações, porque não pegar numa passagem do mesmo e criar a respetiva ilustração? Isso pode ser feito recorrendo a diferentes materiais: tecidos, aguarelas, recortes de revistas e jornais, etc.
- Jogos
Os alunos podem criar um jogo de tabuleiro, um quiz, um jogo da memória com os personagens, podem fazer um concurso com várias equipas em que uma pessoa faz diversas perguntas acerca do livro e no final ganha a equipa que acertar mais vezes, etc.
Diário de Anne Frank, Anne Frank
Eu, Malala, Malala Yousafzai e Christina Lamb
A menina que roubava livros, Markus Zusak
Harry Potter, J.K. Rowling
A história sem fim, Michael Ende
O Hobbit, J.R.R. Tolkien
O rapaz do pijama às riscas, John Boyne
Todos Devemos Ser Feministas, Chimamanda Ngozi Adichie
O Ódio que Semeias, Angie Thomas
A Lua de Joana, Maria Teresa Maia Gonzalez
Orgulho e preconceito, Jane Austen
As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky
A culpa é das estrelas, John Green
À procura de Alasca?, John Green
A rainha vermelha, Victoria Aveyard
Bonsai, Alejandro Zambra
A Distância Entre Nós, Rachel Lippincott, Mikki Daughtry, Tobias Iaconis
A todos os rapazes que já amei, de Jenny Han
O Sol também é uma estrela, Nicola Yoon
Por lugares incríveis, Jennifer Niven
Todo dia, de David Levithan
Mulherzinhas, Louisa May Alcott
O mundo de Sofia, Jostein Gaarder
Assassinato no expresso do oriente, Agatha Christie
Os Jogos da fome, de Suzanne Collins
Um milhão de finais felizes, de Vitor Martins
A seleção, Kiera Cass
Comédias para ler na escola, Luis Fernando Veríssimo
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Carina Novo